17/11/2023

Confesso que não consigo perceber quem defende o massacre que está a ser levado a cabo pelas forças de ocupação israelitas. Percebo a indignação com o que aconteceu no dia 7 de Outubro (embora, convenhamos, seja uma história muito mal contada, desde o tempo que a tropa israelita demorou a reagir à facilidade com que a fronteira, toda alta tecnologia e capaz de detectar uma mosca, foi furada) mas tudo o que veio a seguir me foge ao entendimento — talvez porque nunca conheci ninguém (até agora) que estivesse a favor do Golias, ou a favor do Darth Vader, ou a favor do Hitler, ou a favor, em livros como o Hunger Games, o Harry Potter ou o Divergent, dos que são claramente os mauzões porque aprisionam, manipulam, desejam exterminar. 

Há uma desproporção claríssima: de um lado, rockets, é certo, mas do outro temos tanques, aviação, marinha, armas de última geração. De um lado, a faca e o queijo na mão, a capacidade de cortar água, electricidade, fornecimento de bens essenciais, do outro uma população aprisionada e repetidamente mutilada à bruta, seja em vidas, seja em infraestruturas. 

E a má-fé que é jogar a cartada do anti-semitismo, a cartada do ódio ao judeu, quando há comunidades inteiras judaicas que se opõem ao massacre que está a acontecer. É tomarem-nos por estúpidos.  

Portanto: não consigo perceber as pessoas que justificam isto, que não vêm a sede raivosa de expulsar toda uma população daquele (e doutros) territórios, que inventam desculpa atrás de desculpa esfarrapada, obviamente esfarrapada, para ocupar um território e limpar toda uma população. É que já nem a desculpa dos reféns pega porque, se houvesse alguma preocupação com reféns, não dinamitariam aquela merda toda a eito. 

Alguém me explica, por favor?