Caixas de fósforos (14)

A dada altura da minha vida, fiquei à frente da livraria da Assírio & Alvim dos cinemas King (não que interesse muito para o caso, mas queria gabar-me um bocado). Uma das vantagens de se gerir uma livraria livremente, i.e., sem aquelas concessões de merda aos interesses económicos que compram montras e expositores, é que se passam os olhos pelos catálogos e pelas novidades das mais variadas editoras, podendo escolher que livros destacar, que livraria construir. Lembro-me, por exemplo, que fomos das primeiras livrarias a ter os livros da Planeta Tangerina (o Pê de Pai estava sempre em cima do balcão e vendemos algumas dezenas). E lembro-me, também, deste livro aqui abaixo: um álbum de fotografias saído de um projecto social/cultural da freguesia da Vitória, no Porto, em que eram dadas máquinas fotográficas a putos e eles que documentassem o seu quotidiano. É um livro muito bonito, primeiro pelo projecto, depois por algumas das chapas conseguidas. Comprei-o há dois anos na Feira do Livro, portanto ainda anda aí no mercado. É uma edição da Afrontamento.

Julain Germain